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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Minha casa é meu reino

Acredito que todos os leitores deste blog já receberam em suas casas amigos, parentes ou até mesmo estranhos, os quais, ao adentrarem seu domicílio passam a divagar sobre o ambiente:

“Nossa!!! Que cor é essa que você colocou na fachada? Não tinha uma mais alegre não?”

“Cara, põe uma pia de inox aí e joga essa de granito fora!”

E assim por diante, é um chato, às vezes é cunhado, às vezes amigo (que amigo hein?!), quando é estranho fingimos que não ouvimos, pois com certeza não abriremos nossa porta novamente para ele.

Em outras ocasiões a crítica vem de forma mais educada:

“Meu caro, posso lhe dar uma sugestão?”, ao concordar ele responde:
“Pelo tipo de fachada da sua residência eu diria que ela ficaria muito boa se fosse pintada de marfim”

Independente da maneira utilizada, a sua casa e sempre a vossa casa e de sua família e de mais absolutamente ninguém, e você e vossa família são as pessoas que devem determinar como ela deve ser para atender as suas necessidades básicas, nem Abraham Maslow deveria se intrometer, esta hierarquia é sua e de sua família!

Nos anos 80 uma banda nacional* já preceituava:

Atrás da porta
Guardo os meus sapatos
Na gaveta do armário
Coloco minhas roupas
Na estante da sala
Vejo muitos livros
E a geladeira conserva o sabor das refeições
Minha casa é meu reino
Mas eu preciso de outros sapatos
De outras roupas, outros temperos
Para formar minhas idéias e meus sentimentos
Eu sou a soma de tudo que vejo
E minha casa é um espelho
Onde a noite eu me deito e sonho com as coisas mais loucas
Sem saber porque
É porque trago tudo de fora
Violência , dúvida, dinheiro e fé
Trago a imagem de todas as ruas por onde passo
E de alguém que nem sei quem é
E que provavelmente eu não vou mais ver
Mas mesmo assim ela sorriu para mim
Ela sorriu e ficou na minha casa que é meu reino
É porque trago tudo de fora
E minha casa é um espelho
Trago a imagem de todas as ruas
Eu sou a soma de tudo que vejo
Mas mesmo assim, ela sorriu pra mim.
Ela sorriu e ficou na minha casa que é meu reino

Entretanto, como a própria música coloca neste trecho: “Mas eu preciso de outros sapatos de outras roupas, outros temperos. Para formar minhas idéias e meus sentimentos”, não devemos simplesmente repudiar o que vem de fora (as inutilidades sim, logicamente).

Devemos aprender a conservar a nossa casa com inteligência, (viveremos nela por longa data), seja com as idéias próprias ou de nossa família, ou ainda com aquelas aproveitadas de fora, mas uma única afirmativa deve prevalecer:

A casa continua sendo apenas sua e de sua família e os que nela adentram esporadicamente continuarão sempre a serem amigos, parentes ou estranhos.

Motive-se assim, não se deixe abater!!!

Somos tão inteligentes, um dia, na nossa casa, só entrarão aqueles que merecem.

* música Meu Reino - Biquini Cavadão